sábado, 23 de junho de 2012

Primeiras impressões: Yamaha YZF-R1


Modelo com controle de tração chega por R$ 61.490.
Desempenho melhorou, mas freios ABS fazem falta.

A R1 sempre foi sinônimo de esportividade para os aficionados por motocicletas. Contudo, nos últimos tempos, a Yamaha viu seu modelo ser superado em desempenho pelas motos adversárias cheias de aparatos eletrônicos. Para tentar voltar a ser a mais desejada na categoria, a nova YZF-R1 chega ao Brasil trazendo como principal novidade o controle de tração. O modelo apresentado no Paraná, sairá por R$ 61.490.
Avaliação da Yamaha YZF-R1 2013 ocorreu no Autódromo Internacional de Londrina, PR (Foto: Divulgação)

O controle de tração traz tecnologia de ponta que, segundo a fabricante, é originária de sua moto utilizada no Mundial de Moto GP, a M1. Na prática, o sistema impede que a roda traseira perca a tração, evitando derrapagens. Mas ele não é inédito no Brasil. Entre as concorrentes diretas, BMW S 1000 RR e Kawasaki ZX-10R já possuem o sistema.
Além da demora para incluir o controle de tração no pacote, a R1 ficou devendo os freios ABS, já presentes em BMW, Kawasaki e na Honda CBR 1000RR Fireblade, atual líder de vendas da categoria.
Porém, a mais atrasada de todas é a Suzuki GSX-R1000. Sem controle de tração nem freios ABS, a GSX-R está defasada em relação à versão vendida na Europa, mesmo fato que ocorre com a CBR 1000 RR - a nova versão da Fireblade já é vendida fora do país.
Outras opções que aceleram por fora entre as esportivas são italianas Ducati e MV Agusta. Enquanto a bicilíndrica Ducati 1098 custa a partir de R$ 56 mil, a mais exclusiva MV Agusta F4 tem preço de R$ 68 mil.
concorrentes yamaha YZF-R1 (Foto: Divulgação)


Controle na medida certa

Com motor 4 cilindros em linha de 998 cm³ capaz de gerar 182 cavalos de potência, o melhor local para acelerar a R1 é o circuito. O G1 avaliou a esportiva no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina (PR). Foram dez voltas no circuito que possui 3.146 metros de extensão e, na primeira bateria de cinco voltas, a pista estava com trechos molhados, piso ideal para verificar o controle de tração.

Existem seis modos de funcionamento do dispositivo, partindo do mais fraco até o mais forte. A escolha de potência do sistema é feita de maneira fácil em um botão localizado no punho esquerdo. A troca pode ser feita em movimento, mas a moto não pode estar acelerando. O sistema também poder ser totalmente desligado.
R1 tem opções de cores branco, azul e preto (Foto: Divulgação)R1 tem opções de cores azul, preto e branco, com garfismos exclusivos ao Brasil (Foto: Divulgação)
Na opção mais intrusiva, a controle entra em ação ao menor deslize da roda traseira, impedindo que a moto derrape. Sensores medem as velocidades dos eixos dianteiro e traseiro, que, ao menor sinal de diferença, indicam para a injeção eletrônica cortar a aceleração.
Mesmo no modo mais forte, o controle de tração da R1 realiza esta medida com linearidade, sem prejudicar o desempenho. Vale ressaltar que isso também evita que a moto empine, já que nesta manobra existirá diferença de velocidades entre os eixos.

Caso queira mais emoção, o motociclista pode diminuir seu grau de atuação, o que permitirá à moto derrapar mais e levantar a frente. Se no circuito o sistema é eficaz, na estrada é que pode ser mais útil ao usuário. Areia, óleo e água são frequentes perigos para os motociclistas e o controle pode evitar acidentes nestes casos.
Boa de pista
Outro advento da R1 é a possibilidade de escolha entre três modos de potência: A (mais forte), Standard (médio) e B (mais brando). Na sequência, do mais forte ao mais fraco, o motociclista pode sentir toda a potência do motor ou deixá-lo mais suave. O sistema funciona bem e permite - combinado com os níveis de controle de tração - ao piloto escolher a configuração que melhor se encaixa ao seu perfil.
Controle de tração evita derrapagens (Foto: Divulgação)Controle de tração evita
derrapagens (Foto: Divulgação)
Com o controle de tração no máximo e a potência no modo B é possível tornar a R1 uma outra moto e fazê-la servir de escola para os que desejam utilizar toda a potência do motor posteriormente. Por sinal, apesar de manter a “cavalaria” da versão anterior, o bloco tetracilíndrico teve sua central eletrônica remapeada, deixando a entrega de força mais linear.
Sua configuração do tipo “crossplane”, na qual o motor possui intervalos irregulares nos pistões do motor, garante bom torque já a baixos giros. Isto permite ótimas retomadas para a R1. A moto é muito ágil em trechos travados.
Se, por um lado, esta característica agrada, o efeito sonoro do motor não é tão prazeroso como o das tradicionais motos de quatro cilindros. Além disso, em altas rotações, a maior parte das concorrentes é mais brutal, o que não desqualifica a R1 como superesportiva que é. Em curvas, mesmo em altas velocidades, o conjunto de suspensão mantém grande estabilidade – a marca o recalibrou.
A moto se mostrou eficaz nas trocas de direção e o piloto fica bem à vontade sobre a R1, com bom encaixe das pernas e assento confortável. As novas pedaleiras também garantem melhor aderência para os pés do piloto. Desse modo, a diversão fica garantida.

Freios são ótimos, mas falta o ABS
Andar em um circuito também é ideal para avaliar a potência e dosagem dos freios. Na pista molhada de Londrina a R1 mostrou que seu conjunto com duplo disco na dianteira (310 mm) e simples na traseira (220 mm) é mais do que o necessário para diminuir a velocidade da moto. Porém, somando a potência da moto e seu peso, é inevitável que as rodas travem em uma situação de emergência.
Painel e rabeta da R1  (Foto: Divulgação / Rafael Miotto)Painel e rabeta da R1 (Foto: Divulgação / Rafael Miotto)
Assim, os freios ABS fazem muita falta ao conjunto, principalmente para o uso em estradas. “Foi uma escolha da marca baseada em nossa filosofia do produto, pois queremos uma moto com muita esportividade, pois a tecnologia [ABS] já temos”, explicou Hélio Ninomiya, gerente de engenharia e projetos da Yamaha. Apesar da justificativa da marca, a adoção do dispositivo seria muito bem-vinda já que bastaria o motociclista desligar o sistema para obter a esportividade desejada, como ocorre com o controle de tração. Além disso, como já mencionado, as principais concorrentes possuem este diferencial.
Conclusão
A R1 também recebeu alterações no desenho na dianteira. Para os mais distraídos, isso pode até passar despercebido, mas a mudança trouxe jovialidade ao modelo. Somado ao farol emoldurado de LEDs, o desenho forma um conjunto harmonioso. Outros detalhes, ainda mais sutis, aparecem na nova mesa e nos escapes.
Com previsão de chegar às lojas na metade de junho, a moto ganhou muito com a chegada do controle de tração e o remapeamento do motor: está mais fácil de domar e mais divertida. Utilizando seu nome, tem tudo para colar nas rivais

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